Quando fui saudade. Fui tua. Fui eu sozinha mas fui nós.
A gente nunca existe, vê? ultimamente tenho pensado
em nós, meus textos não mentem. Talvez minhas palavras ditas num tom de
brincadeira mintam quando digo que odeio você, e secretamente sei que você sabe
que fui também amor além de saudade. Sou amor para com você, pra toda sua falta
de carinho e jeito, pra todo seu descaso e perfeito dom de não me querer. Sou
bobinha também por que enquanto escrevo borro a maquiagem que demorei alguns
minutos fazendo e tô muito mais com medo de estar te perdendo do que perdendo
meu antigo eu. Sei de pouca coisa mas acho que sei de muita, sou pouca coisa e
as vezes acho que sou muita, e sei que sou descuidada, ou não sei? É que as
vezes preciso ser cuidada (sim, é por você) e preciso aprender a me cuidar,
vira tudo um bolo de descuido e a gente nunca existe, vê? Gosto do modo como
você sempre está em boas fases da minha vida e me pergunto, é você que está ou
é você que as faz acontecer? É meio louco, sem pé nem cabeça as diretrizes do
meu sentimento tipicamente geminiano, mas, se fosse normal talvez não seria eu;
é meio louco, sem pé nem cabeça as diretrizes do teu sentimento tipicamente
escorpiminiano mas se tu fosse só meu talvez não seria você, e eu quero te
dizer: seja meu, seja meu! A gente nunca existe, vê? A gente é pra existir e só
você não vê, e não te faço enxergar, certamente ainda sou saudade, ainda sou
tua, ainda sou sozinha e sou nós. Sou nossa amizade, nossa babaquice e ciúme e vou continuar a ser, afinal, se a gente nunca existe é só isso que tenho a fazer!