Tudo imprescindivelmente escuro, o
suficiente para só enxergar saudade, aquela olhadinha pro lado direito da cama
e me deparar com nada, além de outro travesseiro. É apenas um quarto imerso no
breu com uma pequena réstia de luar que penetra d'entre as cortinas, emanando
silêncio enquanto eu desejo o estalar das nossas línguas e alguns gemidos,
resultados de amor e prazer. A distância é tão traiçoeira quanto a vida, quanto
a noite, que me arranca doces lembranças suas, da sua voz, de quem sou eu com
você; e arranca lágrimas, um choro puro feito nascente de rio, e aquele
pensamento bobinho – “sentes minha falta também?” – um pesar profundo, de um
querer maior ainda, um querer só de você. Esperando o sono chegar, visivelmente
perturbada de saudade, despercebendo o passar das horas até que finalmente tudo
venha a se perder num fechar de olhos, respiração pesada e sonhos sobre
sorrisos teus, que se deitarão aqui, tomando seu lugar.
quarta-feira, outubro 24, 2012
terça-feira, setembro 04, 2012
Naquela noite, eu sabia o tamanho da dor
que seria deixar você, mas eu precisava, sem certeza nenhuma se eu tinha
certeza, sem certeza nenhuma de que voltaríamos a nos falar. A única
coisa capaz de apascentar meu coração, era uma silenciosa oração feita através
da Bossa Nova, é como se a melodia respirasse aos meus ouvidos uma chance
de sorrir apesar de hoje. Por que já dizia o amado poeta, "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia". Tristemente eu
recolho meus mais doces e ternos sentimentos, esses, aqueles tais, que ninguém
soube cuidar. E me pergunto, meu Deus, haverá alguém por esse mundo afora
capaz de querer-me assim? feito rosa, ainda que bela, cheia de espinhos. Será
que haverá em algum beco, viela, vila, rua, esquina, algum tocador de Bossa,
capaz de me acompanhar? Será?
domingo, agosto 19, 2012
Eu pensava que já tinha voltado a
estabilidade, o dia de ontem fora péssimo, minha respiração prejudicada por um
vírus e pelo aperto que era perder alguém. É como uma parte de mim que eu nunca
tinha descoberto, mas meu emocional tem sido tão bem trabalhado que uma
diversidade de faces aparecem agora; 8 ou 80 é como costumava ser, se era pra
ser triste, eu simplesmente era, e doía, e as vezes eu conseguia sorrir. Se era
pra ser feliz, eu era, mas não cuidava daquilo pra que restasse mais pro dia
seguinte. Hoje sou feliz mas se penso em você por 2 segundos, um bolo de coisas
tentam ganhar liberdade de dentro da minha garganta, através dos meus olhos,
pra fora de mim. Eu acho que sou egoísta, e eu acho que mereci ouvir coisas que
nunca tinha ouvido de ninguém antes, por que nunca tinha descoberto alguém com
tamanha similaridade a mim. Me tornei um quarto cheio de gavetas, pequenas
brechas e uma imensidão de sonhos, pesadelos, predições, lembranças. Eu nunca
diria essas coisas pra você, não diria como você me tirou de alguém que eu
odiava ser, sim, você tirou, foi a água enquanto meu corpo queimava. E eu não
diria por que você daria uma risada irônica, e Deus, como amo sua risada e seu
pensamento quadrado. A dimensão de qualquer coisa que eu fale, sinta ou ignore
não te interessam por que vai muito além dos nossos bons e maus momentos, vai
até um ponto que eu não posso pedir que você tente chegar, por que seria mais
egoísta da minha parte do que nunca foi, e a merda toda de ser uma "pessoa gaveta" é que sou
estupidamente sincera. Posso ser um mistério, com mal iluminação ou com
iluminação demais pra que se possa enxergar perfeitamente, mas quando você quer
ver o que tem em uma das gavetas eu simplesmente abro,
acredito fielmente que as pessoas que são apaixonadas por mim, são apaixonadas
por todas minhas facetas, principalmente aquelas mais estranhas e incoerentes,
e por esse motivo não te peço pra ficar.
segunda-feira, agosto 13, 2012
Tenho sido tomada por noites de
auto-conhecimento, de algumas lágrimas de poucos motivos que significam ao
mesmo tempo o mundo todo. Você ja se sentiu velha demais pra sua idade? Da
ultima primavera pra cá um turbilhão de coisas me pegaram desavisada, algumas
um tanto amargas, que desceram rasgando pela minha garganta, que trouxeram inverno
ao meu coração enquanto aqui fora era quente e florido; algumas coisas doces,
que parecem ter saído da nuvem mais bonita do céu, daquela com
formato de coelho que eu costumava ver com minha irmã
quando tínhamos 10 anos e viajávamos pro sítio na parte aberta
do carro. Me atrevo a dizer que todos os poetas estavam certos sobre o tempo, ele é o andador da gente, um bando de crianças que brincam de vida, de amor, de
superação e de dor. Cada um tem o seu, e eu estou zelando do meu, tô tomando
aquela calma e dormindo nos braços pacientes da intimidade comigo mesma. Agora
sei andar sobre as cordas bambas que a vida me poe a prova, sei que meu maior
amor e seus olhos claros são um complexo perfeito de imperfeição, que o dia
sorri pra mim quando escuto Bossa Nova antes de ir trabalhar, que sem querer
querendo não sei ser a garota de ninguém pois sou garota demais pra mim. Agora
sei que o único lugar que me abraçaria e acolheria minhas dúvidas sobre a vida
seria o mar, vento salgado na cara, frio e um par de braços que me desejam como
um mundo.
sábado, julho 28, 2012
Como sempre eu era paga com uma moeda de pouco valor, parece que afinal meu tesouro seria repleto delas, uma montanha de níqueis em verde esmeralda, tudo que eu conseguia e não queria depois de doar um pedacinho do meu bobo amor. Começo agora a ponderar sobre minha forma de se perdurar sob o olhar e a estima de alguém, por que veja só, se sua intenção é me conhecer e seu interesse momentâneo em mim vira encanto, eu vou entender, mas não vou me demorar sob a sua presença, sob as suas palavras, por que quando me demoro, o meu interesse vai além de encanto, terras longínquas de dedicação e querer. Não sei dar uma passadinha e dizer: - olha, já volto tá? - Sou dessas pessoas que ficam, com o perdão da palavra não te imploro que fique também, mas poupe meu relicário de níqueis seus. Saia sem me deixar doer, sem me pagar em moedas verdes de dor, amargas.
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